Era uma vez um blogueiro...

Era uma vez um blogueiro...

Bom, o cara tinha um blog, tecnicamente isso faz dele um blogueiro. Bom, o blogueiro escrevia alguns contos, isso faz dele um contista. Bom, os contos dele eram meio medíocres, isso faz dele um sucesso.

Ao menos um sucesso para ele e seus amigos imaginários.

Era uma vez um blogueiro que tinha um blog. Exatamente, assim fica bem melhor: Um blogueiro que tinha um blog. Escrevendo um blog para aliviar a tensão sobre uma crise amorosa que parecia loucamente confusa ele resolve escrever alguns poemas meio melosos esperando que ninguém leia, mas especialmente que ninguém o identifique.

Bom, resolvida a crise amorosa (de um jeito ruim, é claro), o blogueiro abandona o blog. Mas mesmo assim ele não deixa de ser um blogueiro, afinal o blog existe. Então a crise vem à tona novamente. O que o contista blogueiro faz? Resolve retomar o blog.

Retoma, escreve, é lido, lê, joga coisas fora, mas de uma louca maneira escreve, coisas sem sentido, coisas com sentido, mas no fundo apenas coisas: apenas sussurros de uma mente ligeiramente insana e beirando a completa loucura. Sim, ele era um blogueiro contista louco. Como blogueiro tinha um blog, como contista escrevia coisas inúteis, como louco colocava as coisas inúteis no blog.

Bom, depois de um longo período que passou bem rápido o blogueiro contista louco resolve novamente abandonar o blog, infelizmente não consegue abandonar a loucura. Tinha acabado de sair de uma de suas crises amorosas e então deixou de lado os desabafos e o blog. Mas não a loucura. E então passou a ser apenas um contista louco. Mas o contista louco tinha ainda um blog. Então ele era um contista louco blogueiro inativo. Inativo como blogueiro, muito ativo como louco.

Passou-se o tempo, passaram-se os passos, mas a loucura não passou. Mesmo que a uva assim proceda, a loucura do blogueiro não segue essas regras. E depois de mais um longo intervalo o blogueiro que virou contista que ficou louco que virou inativo, depois de tomar uma quantidade generosa de conhaque resolve que é hora de deixar a inatividade pra trás.

E então resolve se tornar um blogueiro contista louco bêbado.

Algumas vezes mais bêbado que louco, outras mais contista que blogueiro.

Mas o que fazer quando ao se tornar um bêbado louco contista e com um blog?

Bom, depois de refletir e tomar mais uma dose ele descobre a resposta: a maneira mais completa de expressar sua louca embriaguez bloguística contadora é, afinal de contas, escrever um conto! Mas um conto que seja ao mesmo tempo bêbado e louco, e que seja por fim postado em um blog!

E ele tem a brilhante idéia que se desvendará em mais um conto medíocre, mas que agora além de medíocre será bêbado e louco.

E ele resolve escrever a história de um blogueiro, um blogueiro que virou contista. Um contista que ficou louco. Um louco que encheu a cara de conhaque.

E ele resolve começar assim:

Era uma vez um blogueiro...



Postado ao som de um zumbido escroto no ouvido.

Comentários

  1. "Bom, os contos dele eram meio medíocres, isso faz dele um sucesso"

    Paulo Coelho enriqueceu e entrou pra ABL assim ^^

    Raul Jander

    aceito réplica

    mto bom o blog rs, continue assim

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  2. Poxa, Raul, Paulo Coelho é sacanagem... rsrs

    Valeu pela força!

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  3. Faz pouco tempo que comecei a ler o blog, mas já gosto muito, estava revendo suas postagens antigas, íncrivel.

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