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Mostrando postagens de agosto, 2011

Quando a mediocridade é o que resta

Interessante essa história de ser professor. Sempre vi meus professores como pessoas cultas e bem estruturadas intelectualmente. Verdadeiros exemplos a serem seguidos. Pessoas que eram intelectuais sem serem arrogantes e sérias sem perder o senso de humor. Decidi ser professor também. Me preparei da melhor forma possível, batalhei uma faculdade federal num curso bastante complicado, mantive minha cultura geral o mais ampla possível e busquei sempre estar atualizado com o mundo. Em suma: busquei ser aquilo que imagino de um professor: um intelectual. Agora estou dentro da sala de professores junto aos meus pares e me deparo com um paradigma totalmente diferente, em geral o papo é o mais alienado possível. Na melhor das hipóteses surge uma discussão política que não tarda em cair no "não tem mais jeito". E esse é o ápice. Agora pouco ouvi um discurso homofóbico de um colega. Não é triste quando a mediocridade é o que resta, é triste quando as pessoas ainda não consegu

Contraria sunt Complementa (Parte 1)

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Sempre foi uma pergunta recorrente, principalmente entre ateus relutantes e agnósticos, o questionamento de se Deus seria real ou estaria apenas dentro da nossa cabeça. Depois de tanto remoer pensamentos, nem sempre agradáveis, podemos chegar a uma resposta que parecia pairar no ar o tempo inteiro: Sim, ele está apenas dentro de nossa cabeça. Mas logo em seguida devemos fazer uma segunda pergunta: isto o torna menos real? Afinal de contas, se olharmos para tudo em nossa visão de mundo, desde os sentimentos mais abstratos até aquela topada dolorosa com uma pedra no caminho, em última instância todas as nossas percepções não estão dentro do domínio da nossa mente? O questionamento de Berkeley sobre o fato de todas as sensações e sentimentos humanos serem sempre objetos do domínio da mente não necessariamente precisa ser encarado como uma inocente negação da existência da realidade objetiva para além dos domínios da imaginação humana. Afinal de contas, se àquelas coisas que se pass

Interlúdio blogstático

Bom, gente, mais uma vez estou de volta e como sempre pedindo desculpas pela longa ausência. As coisas tem acontecido num ritmo desconcertante na minha vida e isso tem me deixado um pouco sem tempo. Só pra resumir, desde os últimos posts até agora aconteceram uma greve bem longa, aulas de reposição, uma dissertação de mestrado pra concluir e um noivado. Estou num ritmo alucinante entre me perder e me encontrar novamente a cada momento. Esse é um daqueles momentos mágicos onde, ao mesmo tempo, tudo muda e tudo permanece. Nesses últimos dias tenho especialmente me dedicado a refletir sobre essas aparentes contradições, sobre o confuso caminho entre o vir e o devir, mas especialmente sobre as idéias sintetizadoras que sempre surgem deste limbo da disparidade entre ideias. Ontem dormi (ou não dormi) com uma contrariedade destas na minha cabeça. Hoje é estranho, mas acordei e, de repente, parece que a resposta para tudo sempre esteve debaixo do meu nariz o tempo inteiro! Não vou