Sonêto
Formosa, qual pincel em tela fina Debuxar jamais pôde ou nunca ousara: Formosa, qual jamais desabrochara Na primavera a rosa purpurina; Formosa, qual se a própria mão divina Lhe alinhara o contorno e a forma rara; Formosa qual jamais no céu brilhara Astro gentil, estrela peregrina; Formosa, qual se a natureza e a arte, Dando as mãos em seus dons e seus lavôres, Jamais soube imitar no todo ou em parte; Mulher celeste, oh! Anjo de primores! Quem pode ver-te sem querer amar-te? Quem pode amarte sem morrer de amores?! Antônio Peregrino Maciel Monteiro.