Excertos de um quem flertou com o fim.

O escrito abaixo é um fragmento que escrevi do pior momento pelo qual já passei. Espero que se você esteja em uma situação ruim ele te ajude a entender que de fato às vezes a esperança parece ter ido pra longe, mas se você for capaz de aguentar firme e se apoiar nas pessoas que te gostam, o outro lado da ponte é bem legal.



Ele buscou de novo um mundo de sonhos possíveis...

Nem sequer teve em mente um jeito conciso de por fim no sofrimento, contudo um motivo que o pudesse socorrer do fundo de seu poço de versos.

Buscou o renovo do vigor no vento que elevou seu espírito, buscou o reflexo de seu ser no solo sobre seus pés, buscou sob um cobertor o fogo que em outro momento lhe esquentou, buscou no úmido dos olhos um suspiro que desse jeito nós sentimentos de solitude.

Ninguém veio. Nenhum dos elementos pode entender o que ocorreu com ele, nenhum deles pôde oferecer refúgio ou mesmo um repouso noturno que viesse e o levasse.

Pensou enfim no éter! Sonho de outros tempos em que o mundo foi decomposto em dois. Um terreno e finito, onde homens e mulheres vivem e sofrem, onde tudo é imperfeito e morrer é sempre o fim último. Éter celeste e perfeito, onde orbes cumprem seus infinitos e cíclicos destinos, destinos sem fim e sem começo, um infinito e eterno mundo incompreensível em seu esplendor.

Buscou logo o etéreo elo com este mundo superior por seus sonhos, sonhos de um mundo em estertor porém cheio de enlevos e refúgios. Nem desse jeito encontrou.

Nem no quinto dos elementos pode obter o que o levou neste longo percurso.

Onde este longo e tortuoso percurso o levou ele sequer pôde entender, pôde somente ouvir o som do seu suspiro ruidoso. Pôde somente sentir o sono pesado e sem sonhos dos que morrem sem viver. Ou pior: dos que morrem por viver.

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