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Excertos de um quem flertou com o fim.

O escrito abaixo é um fragmento que escrevi do pior momento pelo qual já passei. Espero que se você esteja em uma situação ruim ele te ajude a entender que de fato às vezes a esperança parece ter ido pra longe, mas se você for capaz de aguentar firme e se apoiar nas pessoas que te gostam, o outro lado da ponte é bem legal. Ele buscou de novo um mundo de sonhos possíveis... Nem sequer teve em mente um jeito conciso de por fim no sofrimento, contudo um motivo que o pudesse socorrer do fundo de seu poço de versos. Buscou o renovo do vigor no vento que elevou seu espírito, buscou o reflexo de seu ser no solo sobre seus pés, buscou sob um cobertor o fogo que em outro momento lhe esquentou, buscou no úmido dos olhos um suspiro que desse jeito nós sentimentos de solitude. Ninguém veio. Nenhum dos elementos pode entender o que ocorreu com ele, nenhum deles pôde oferecer refúgio ou mesmo um repouso noturno que viesse e o levasse. Pensou enfim no éter! Sonho de outros tempos em que o mundo foi d

Sobre encontrar um lugar para fazer morada

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Bem, voltei. Tenho refletido sobre muitas coisas e colocado no papel, mas confesso que tem sido difícil publicar. Hoje quem me fez pensar foi a nova moradora que descobri no meu quintal. Uma das coisas sobre as quais mais tenho pensado ultimamente é sobre os nossos afetos. Sobre a natureza do que nos faz nos aproximarmos ou nos afastarmos das pessoas, em especial sobre o nosso ímpeto constante de afetarmos e sermos afetados. O medo que muitas vezes temos de nos permitirmos sermos afetados e a irresponsabilidade com a qual muitas vezes afetamos. Mas isso é conversa para outro dia. Por hoje eu gostaria de vocês pensassem um pouco mais sobre o afeto que direcionamos às coisas, momentos e lugares. Quando eu era menos velho e tinha pensamentos mais inocentes uma das coisas com as quais sonhava na vida era ter o meu cantinho. Ter um lugar para chamar de meu e deixar com a minha cara. Para poder descansar, preparar minha comida tomando um vinho, receber meus amigos e amigas. O básico sonho de

Quando o Carnaval Passar

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Uma das minhas músicas favoritas do Chico Buarque é "Quando o Carnaval Chegar". Obra-prima. Tudo bem, a estética do vídeo talvez não tenha envelhecido tão bem assim, mas o ponto não é esse. O fato é que a vida às vezes parece que se resumirá a uma longa espera pelo Carnaval, onde todas as dores sumirão, todas as fantasias sairão do armário, todas as ruas serão cobertas de alegria e poderemos enfim sambar. Mas o que você faz quando percebe que o Carnaval chegou? Consegue ver as dores sumirem e tirar as fantasias do armário? Consegue cobrir as ruas de alegria e samba? Nem sempre, porque para isso precisamos saber primeiro que o Carnaval chegou.  Mas sabe o que mais acontece quando ele chega? Ele acaba. Então sejam rápidos. Porém esse texto não é sobre a festa de Momo. É sobre o que vem depois. É sobre uma longa Quaresma, muito maior do que as festas. Onde precisamos muito refletir e muito nos preparar. Um tempo de espera e, porque não, de aflição. Um tempo de expectativas sobre

Pequenas alegrias da vida adulta

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A alguns dias atrás eu escrevi um post (não me lembro qual foi e não estou tão a fim de procurar) em que no final recomendava "Emicida: AmarElo - É Tudo pra Ontem" documentário belíssimo da Biblioteca Vermelha. Não sei se ficou razoavelmente claro mas a recomendação também se estendia ao álbum "AmarElo" do Emicida, cujas canções amarram o roteiro do documentário. Pois bem, hoje eu estava escutando de novo o álbum e um som em particular que gosto muito: "Pequenas Alegrias da Vida". Me peguei, então, pensando em escrever algo sobre o assunto, sobre as minúsculas coisas que acontecem no dia a dia e fazem valer a pena acordar de manhã. Já estava com o texto organizado na cabeça, apesar de não satisfeito com o clichê. Só precisava terminar de estender a roupa lavada, limpar a área de serviço e sentar na frente do computador. Com tantos dias de tempo fechado e mesmo chuvas esparsas o que não faltava era roupa pra lavar. Foi então que o texto mudou. Mais ou menos

Sobre tentar ver a beleza das pequenas coisas

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E às vezes falhar miseravelmente. A história é velha. Você está triste ou mal por algum motivo ou mesmo deprimido e alguém aleatório do seu lado manda um "Você precisa aprender a ver a beleza nas pequenas coisas". A boa educação manda não dar um soco na boca e você só sorri. É óbvio que a vida fica muito mais leve se você consegue ter prazer e mesmo se realizar a cada pequeno detalhe, mas para alguém que não está bem isso é mais uma forma de você dizer: "Olha como você é incompetente, tem tudo na sua frente para ser feliz e não consegue". E eu vou além disso: Mesmo que você esteja bem, mesmo que as coisas estejam se encaixando no lugar e você consiga de fato ver beleza e prazer no seu dia a dia, ainda sim é impossível ver beleza em tudo. A visualização perfeita que eu tenho para isso é a arte de tentar tirar fotos da Lua sem ser um profissional ou ter um equipamento muito bom. Experimente em um dia de Lua cheia daquelas lindas de fazer perder a respiração simplesmen

Sobre o Início e o Fim de todas as coisas

Estou sem ter muito bem o que escrever hoje, quem sabe um retorno do “Post não tão sóbrio de Sábado?” Para ser mais honesto teria que se chamar “Post não tão sóbrio-mas-bem-mais-sóbrio-que-a-dez-anos-atrás de Sábado”, mas aí o título ficaria meio estranho... Eu ainda não dormi então ainda estou com gosto de sexta, mas se   já passou de meia noite então teoricamente já é sábado. Então que seja. Vamos lá, quem sabe mais uma história! Quem sabe um pequeno conto! E dessa vez quero levar vocês de novo para dentro da história.   Ela começa com um sonho. Você está sonhando. Neste sonho você está sentado no chão. Tudo ao seu redor é escuridão. Mas não é uma escuridão que se caracterize pela simples ausência de luz. É uma escuridão quase palpável, uma que te faria pensar que a luz sim que é a falta de algo. Uma escuridão tão plena que não te passa a sensação de que você não está vendo algo, mas sim de que nada mais existe. Exato: Esta é a escuridão da Inexistência. A

Sobre a atualidade de Carolina de Jesus

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E em especial sobre o como essa atualidade se mostra da maneira mais cruel. Primeiramente se você não conhece uma das mais importantes autoras de nossa literatura está perdoado pois, apesar de ter sua obra publicada em quatorze idiomas e ter uma relevância incrível, ela não é de fato conhecida pelo grande público. Leiam um parágrafo sobre sua trajetória, vejam suas fotos e sejam minimamente alfabetizados em termos sociais e saberão o nome disso: racismo. Nosso velho conhecido. Se você não a conhece dê uma pausa nesse texto e leia ao menos o artigo da Wikipédia sobre ela. Depois você volta, ou então nada fará muito sentido. Bom, espero que agora a conheça. Mas como sei que a maioria vai simplesmente pular a foto e continuar lendo, darei uma nova oportunidade de redenção. Vá lá e conheça a autora, eu não saberia por onde começar para fazer um resumo da sua vida e da importância de sua obra, especialmente por a conhecer melhor também a pouco tempo. Apesar de saber da existência da